terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Azulejo de piscina


Algo deve tecer um comentário
Sobre como é o ato disjunto
Embraça-se o real à força
E se desiste para que se mova
Em um piso gélido, acorrentado, jazem pés
Num foco difuso, a imagem nítida
Captura o terror e a ânsia do próximo passo
Encoberto por vapor de chumbo jaz a máquina
Mentirosa, desajeitada, errante, amoral
Foi num sonho também estraçalhadora

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Pode ser, pode não ser


Não precisou abaixar para compreender o texto no folheto. Talvez...parecia divertido. Continuou andando, era calor e não ventava.
Passado o tal dia lembrou-se: esqueceu. Não fez nenhuma menção ao assunto, porém. Foi coisa rápida, se desmembrou para procurar o telefone e não voltou mais nessa. Apenas uma divagação, até que algum empecilho de pessoa fez o tal esquecimento parecer um tópico imperdível de conversa torta. Retirou-se e esperou acabar.
Lembrou-se de Jesus. A tal cena do crucifixo era uma obra prima. Hoje Jesus nem sequer comandava mais seus apóstolos. Percebeu pela comunhão que a dramaturgia era morta e virou gerente de um lugar qualquer. Sumiu. Nos sonhos ouvira uma vez que o tal tinha consumido ópio em algum recanto, durante um tempo, nas encostas do monte Fuji.
Crucificar-se virou moda, e todo mundo usava. Não havia preconceitos, esse não era o problema real. As estéticas foram populadas, as suas sociedades mudaram de funcionamento, foram na verdade os jovens, empreendedores, que tinham mandado imprimir o maldito folheto.
Parece que agora o via pregado em todo poste de toda esquina, e as maquiagens denunciavam o público. Dizia-se: "Pode ser, pode não ser, eis a metalinguagem, por Cristo Nosso Senhor."

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Now that San Francisco's gone/ I guess I'll just pack it in/ Wanna wash away my sins/ In the presence of my friends