domingo, 15 de maio de 2011

Alegria

Puxa eu queria uma máquina que escrevesse meus pensamentos. Aquela que passasse direto da minha cabeça para o papel. Mas afinal, estou sob efeito de vinho agora, e nessa hora as coisas vêm à cabeça meio que se atropelando umas às outras, como se a poesia desabasse seus versos em frases inteiras em um texto em prosa. É lírico, mas sem métrica, e sem rima. O mais humano dos líricos.
Ah! a alegria, é algo que não se deve deixar passar! Eu sei que tristeza é inevitável e imediata, e não é legal. A alegria é um tesouro, um achado, uma pedra fria, desconhecida e espontânea, num caminho circular de pedras em brasa em que estou condenado ao resto de minha vida. Não! não sou um pessimista schopenhauriano, sou sim um trágico nietzschiano. Não peço que fiquem com dó de minha pessoa, mas que sejamos alegres, vivendo e vivendo cada vez mais do mesmo em nosso eterno retorno. E que se dane a metafísica!!! Suposições e magias fazem os africanos morrerem de fome e os brazileiros também.
Mas enfim, a tal máquina de escrever que idealizei acima, não existe, é somente platônica, estamos preso à essa camisa de força, que não deixa nossos impulsos se concretizarem em movimentos, que podemos chamar de linguaguem.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Tarde de hoje

Hoje eu só queria deitar no meio da rua e assistir as borboletas passarem.
Estava andando quando me deparei com uma garota num banco, com um violão e com uma bela voz. Naquele momento, queria que meu corpo fosse reduzido a meu aparelho auditivo, e eu ficasse ali, caído e imóvel no chão, sem dor, bizarro, escutando, e só. A alguns passos dali, mas de forma que os sons não se misturassem, um coral. Graves interrompiam a canção de uma forma divertida. E eu, de novo, só queria que algo me prendesse ali, contra a minha vontade, como se não houvesse nada que eu pudesse fazer para escapar, e como se a culpa não interferisse no ar.
Depois estava fazendo contas, com dor de cabeça, em uma sala lotada com pessoas na mesma situação. Agora cansado, mais uma vez, em casa.

The Paradoxal Ironic Sadness (by myself)

I feel this thing around my chest, pushing in all directions. It is choking me, and I can do nothing, I can't even target at this thing. I have so much to do, now and later, and past. But I just can't do it. I have this excruciating will of doing so, but in the other hand, I don't! I just don't know what to do with myself. I start something, I wanna stop. Stop for what? - I ask myself, and the answer is: I wanna keep going, It's so cool, but I can't stand it anymore. Maybe it is just the lack of sleep, I've just rested my eyes about 3,5h this night, It was difficult to open the burning-blood eyes I had back then. And why - please why!! - am I doing this in English??? You know, I think this answer will have no use at all, I don't care why, I just want something, and everything that seems touchable, I wanna touch, and then not to.
I feel terrible things everysometime, about death and stupidity and so long, but this is not one of those monsters, this is just an insect, invisible, untouchable, that only I can feel its temperature. No one cares about me, no one would understand, no one would help me postponing a test at university with this excuse, every one just thinks I'm a failure, because They just can't feel this boringness. Please pass. Come on mood shift, shift back to good again, come on be a friend. I and just can't believe this. Ironic sadness.

domingo, 8 de maio de 2011

Os rascunhos de um prólogo ruim

X. era um rapaz sagaz que durante sua infância sofreu diante de muitos fracassos, assim como de muitos sucessos, sendo que a diferença entre eles era que os fracasssos o levavam a uma humilhação desconfortável, enquanto que os sucessos uma confortável humilhação. Por isso, nunca se importou com seu nome. De fato, essas pequenas vitórias o afastavam ainda mais do futuro que o esperava.
Era atormentado por espasmos de dedicação, e neles, se ausentava e se punha totalmente enclausurado, afim de conduzir sua vida pelo seu comando. Por esse mesmo motivo, não conseguia nunca na escola fazer trabalhos em grupo com sinergia, sempre achava que se fizesse sozinho, pelas suas próprias regras, o trabalho saíria da maneira ideal, e ainda por cima, era tímido, receioso de acabar sendo mais uma vez humilhado.
Porém X. tinha idéias. Essas idéias no entanto eram totalmente nascidas da sua vontade de vingança para consigo próprio, por não ter se dominado completamente, por ter perdido o que perdeu e ter ganho o que ganhou. Parava de valorizar quaisquer conquistas que outros poderiam valorizar, e fazendo uma imagem de tudo aquilo que ninguém, nem mesmo ele, achava confortável, tentava imitá-la com exatidão. Achava em seu desconforto e masoquismo algo de superior àquela gente detestável e vil, que ria de seus fracassos e lhe presenteava de vitórias que faziam concretizar a sua inofensividade, inferioridade e dominação passiva. X. adquiriu visão noturna, e dormia bem com sua vingança, era sua melhor amiga e seu maior mestre. Nunca estava sozinho sem ela, e gostava de estar sozinho com ela, na escuridão, onde escondido, dele nada lhe era escondido. Aprendeu a manipular seus gostos, a ser servil de sua idéia e lhe instaurou nela intensa disciplina, que tomou pouco a pouco uma dimensão própria, como um personagem criando vida independente de seu autor. Nesse ponto, X. era contente e ao mesmo tempo vazio, podia interpretar qualquer papel, e, ao invés de se humilhar com suas vitórias, tirava vantagem delas, separando de si mesmo aquele que era antes, e chicoteando-o em ato de vendetta, sentia-se nobre, e muito esperto. Esse sentimeento de vingança não era mais tão simplesmente evocado com tão simples palavra, talvez fosse um pouco de soberba, ou quem sabe, litost, mas chamarei agora de somente 'o sentimento' (mas leitor, por favor, não aja como se o termo 'sentimento' que se encontra nos dicionários tem algo haver com isso, poderia ter dado um nome qualquer, como 'cavalo', por exemplo, não vamos nos ater a nomes).X. podia ser o menino mais amável de sua vovózinha e o mais educado e inteligente de sua escolinha, mas ria-se de si mesmo em seu interior como quem ri de um plano secreto perfeito, sua ironia era implacável. Daí o vazio que o atormentava: o plano secreto nunca caía em suas mãos. Passava os dias tentando encontrá-lo em sua cabeça, consciente e inconscientemente, e pedia ajuda à todos os deuses e musas. Mas mesmo assim vazio, sentia-se melhor, já que agora essa era a única coisa que lhe doía e pela qual podia se culpar. Qualquer outra não lhe tinha efeito algum, já que agora podia severamente controlar suas emoções.
X. havia se auto-reiniciado e renunciado, não era mais quem era, nunca foi, havia nele somente seu interior, o sentimento, e desconhecia, não mais reconhecia seu exterior. Não existia mais memórias, não existia mais um ser humano, ele era um sentimento. X não se lembra, como, de repente, uma lenta brisa veio de longe, ele percebeu que qualquer que fosse o plano, talvez precisasse de ajuda. Talvez isso fosse uma ressaca de sua solidão, mas o pensamento era desconfortável e de qualquer forma, não queria mais ninguém, queria continuar solo, no comando, mas a lógica foi lhe vencendo. Qualquer que fosse o plano, ele provavelmente não poderia estar sozinho em sua execução. Queria talvez, só alguns inocentes ecravos. Na escola, analizava todas as relações entre seus colegas de classe por cima, tentava investigar toda a vida pessoal de cada um deles, e, num flash, começou a fazer novos amigos. Não se importava mais com os antigos, eram de uma outra vida. Com meta e sem plano, começa a executá-lo, pousado na mágica obscura de um dourado cavaleiro rebelde, renegado pela opressão imcrompeendida.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

o brilho de uma tarde muito longe daqui

J. estava fazendo um amigo, desses que agente ainda tem muito o que descobrir, e que agente fica rindo junto, como bobos e aventureiros, contando  histórias e fazendo as piadas no estilo de cada um. Afinal, esses que agente começa a imitar o jeito de rir e o sotaque, sem querer.
Então hoje, hoje J. se sujou no cimento abandonado de um canto de muro velho, e explorou o frágil e quase inacessível chão das telhas, vendo o sol frio brilhar laranja no horizonte que enfim era mais uma vez visível, e sentir a dor em seus pés descalços, gelados, e admirou as duas primeiras estrelas de uma noite gostosa, muito, muito longe de quem ele queria estar.
Hoje também, J. lembrou o cheiro dessa combinação mágica que acontece na vida das pessoas, todo ano.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Em primeira pessoa

Esta semana está ocorrendo uma visível chuva de meteoros no céu. Não é por isso no entanto que sou o único acordado aqui nesta casa onde moram mais seis caras. Mesmo assim acabo de ir no quintal para ver se consigo um bom local para ver esta chuva, mais está muito tarde e muito frio e algo me diz que não devo subir no telhado sozinho agora.
Essa manhã acordei num clima de muito vento frio e muito sol, o que me foi muito nostálgico, e percebi que seis anos da minha vida se passaram correndo, ao lado da pessoa que amo. Sabe essas horas onde você percebe que está morrendo e que quer reviver intensa e simultaneamente todas as suas lembranças, como se repetisse toda a vida que já viveu por instantes só para provar para si mesmo que já viveu bastante? Acho que muitos têm esse receio de nunca ter vivido o suficiente. E claro buscamos na memória por essa resposta.
Mas esquecemos, e esquecer significa estar morto no passado.
Durante toda a semana venho dormido pouco e fico estudando o dia inteiro, sem aproveitar nem relaxar em nenhum dos mínimos momentos de prazer. E isso terminou hoje, e durará por poucos dias.

E é por isso que estou acordado e muito sóbrio a essa hora, afinal, carpe diem, e que se f* o amanhã.
                                                                              ...
Na verdade, acho que amanhã levarei comigo alguém e uma garrafa em um local alto e escuro, para fins de vida, só. Afinal de contas, alguma coisa tem que acontecer amanhã.
                                                                              ...

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Now that San Francisco's gone/ I guess I'll just pack it in/ Wanna wash away my sins/ In the presence of my friends